Como as empresas podem atrair e reter talentos

Recentemente, tive a oportunidade de explorar um tema que está no centro das discussões sobre o futuro do trabalho: como as empresas podem atrair e reter talentos em um mercado tão desafiador. O evento Insider iFB, promovido pelo iFood Benefícios em parceria com a Think Work, trouxe dados e reflexões sobre o tema. Nesse artigo, apresento alguns pontos que considero essenciais para líderes, gestores de RH e qualquer pessoa interessada nas transformações do mercado de trabalho. 

 

A insatisfação no trabalho e suas consequências 

 

Um dado da pesquisa da Think Work chamou minha atenção imediatamente: 33% dos profissionais não estão satisfeitos em pelo menos metade dos seus dias de trabalho. Essa insatisfação não fica restrita ao ambiente corporativo. Ela impulsiona movimentações no mercado: 78% dessas pessoas estão abertas a novas oportunidades, e 42% planejam trocar de emprego nos próximos dois anos. 

 

Esses números revelam o tamanho do desafio para empresas que desejam reter seus talentos. Para atrair e manter profissionais engajados, os fatores mais valorizados atualmente incluem: 

  • Benefícios: 59% dos trabalhadores consideram este o principal atrativo. 
  • Estabilidade: 35% valorizam a segurança em tempos incertos. 
  • Flexibilidade: 33% priorizam modelos que favoreçam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. 
  • Valores corporativos e localização: ambos pontuam 17%, reforçando a importância de princípios alinhados e comodidade. 

 

É evidente que práticas corporativas tradicionais já não são suficientes. Os profissionais buscam ambientes que respeitem suas necessidades individuais e promovam um verdadeiro equilíbrio. 

 

Uma perspectiva global 

 

Os desafios do mercado de trabalho são globais. No Brasil, a taxa de desemprego está em 6,5%, e o ritmo de criação de empregos é lento, com um crescimento de apenas 1,2%. Enquanto isso, nos Estados Unidos, a taxa de desemprego é mais baixa, 4,4%, com 80,9% das pessoas entre 25 e 54 anos empregadas. 

 

Apesar disso, a escassez de talentos é uma realidade em ambos os países. Dados do Gartner mostram que 26% dos CEOs acreditam que a falta de profissionais qualificados pode causar danos graves aos negócios. Isso cria um cenário de competição global por mão de obra, impulsionado por tecnologias que permitem contratar talentos de qualquer lugar do mundo. 

 

O Brasil, por exemplo, destaca-se como o quarto maior fornecedor de mão de obra global para demandas internacionais. Isso mostra que nossos profissionais são valorizados, mas também que as empresas brasileiras enfrentam concorrência direta com empresas estrangeiras para manter seus talentos. 

 

O desalinhamento entre empresas e trabalhadores 

 

Outro ponto que me marcou foi o desalinhamento entre as expectativas de empresas e colaboradores. Veja como esses grupos se percebem: 

 

  • Empresas: 
  • 75% ainda exigem trabalho presencial. 
  • Apenas 26% acreditam que seus escritórios estão preparados para atender às demandas atuais. 
  • Confiam nos funcionários em um nível de 63%. 

 

  • Trabalhadores: 
  • Quase metade acredita que os custos de deslocamento superam os benefícios de ir ao escritório. 
  • Apenas 45% sentem que conseguem manter a produtividade no modelo atual. 

 

Esse descompasso é alarmante. Segundo a Mercer, 2 em cada 5 trabalhadores consideram o modelo atual de trabalho fundamentalmente falho. Para reverter essa percepção, é necessário redesenhar práticas e políticas que promovam flexibilidade, confiança e adequação às novas demandas do mercado. 

 

O que moldará o futuro do trabalho 

 

Diversos fatores já estão definindo o futuro do trabalho, entre eles: 

  • Concorrência global: Com a inteligência artificial e outras tecnologias, empresas estão recrutando talentos internacionalmente, aumentando a disputa por profissionais qualificados. 
  • Falta de habilidades: A dificuldade em encontrar profissionais com as soft skills necessárias continua sendo um desafio crítico para muitos negócios. 
  • Crescimento das startups: Nos Estados Unidos, startups fundadas entre 2020 e 2022 criaram mais de 7,5 milhões de empregos, provando a força do empreendedorismo na geração de oportunidades. 

 

Estratégias para atrair e reter talentos 

 

Com base nas discussões e nos dados apresentados no evento, algumas estratégias são indispensáveis para empresas que desejam ser competitivas: 

  • Flexibilidade e confiança: Políticas que deem autonomia aos profissionais são essenciais para melhorar o engajamento e a produtividade. 
  • Transformação digital e cultural: Escritórios e lideranças precisam estar preparados para novos modelos de trabalho híbridos ou remotos. 
  • Aprendizado contínuo: Investir no desenvolvimento de habilidades técnicas e comportamentais é fundamental para manter os colaboradores motivados e qualificados. 

 

Um novo olhar para o futuro 

 

Se existe uma lição que ficou clara para mim, é que o sucesso no futuro do trabalho depende das ações que tomamos agora. Empresas que investem em oferecer o que realmente importa para seus profissionais — como flexibilidade, confiança e aprendizado contínuo — estão não apenas garantindo sua competitividade, mas também construindo uma cultura corporativa forte e resiliente. 

 

Eventos como o Insider iFB são ótimas oportunidades para entender melhor esses desafios e se preparar para superá-los. Afinal, em um mundo que muda tão rapidamente, a capacidade de adaptação é a chave para o sucesso. 

 

Luiz Valloto 

Sing Comunicação 

11/12/2024


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