Letícia Riente
Você já parou para pensar que, se você tem mais de três pessoas trabalhando com você, a comunicação interna pode ser o motor das suas vendas ou contratações? Pois é, parece simples, mas ela é a peça que alinha cultura, negócio e, claro, engajamento
Segundo os dados mais recentes da pesquisa “State of the Global Workplace” da Gallup, o engajamento dos colaboradores estagnou em 2023, estacionando em modestos 23%. E o cenário não é dos melhores: 62% do pessoal simplesmente não está envolvido no trabalho, enquanto 15% estão ativamente desengajados – ou seja, já pensando em procurar outras oportunidades.
Diante dessa situação, a comunicação interna precisa ser mais que um simples repasse de informações. Ela deve alinhar a equipe com os objetivos da empresa, conectando cultura e estratégia de negócio. E aqui entra um ponto interessante: quando a comunicação está nas mãos do RH, muitas vezes ela fica muito focada na cultura. Mas o ideal é que ela também seja uma ferramenta estratégica de negócio, trabalhando lado a lado com os KPIs e inspirando as próximas ações e campanhas.
No entanto, na prática, sabemos que outras prioridades podem entrar na agenda de discussões, o que não é o ideal. Por isso, um ponto crucial é convencer a instituição de que a comunicação interna não é apenas um “luxo” ou algo secundário, mas sim uma estratégia de negócio essencial.
Como fazer isso? Mostrando que ela tem impacto direto nos resultados da empresa. Ao alinhar todos os colaboradores com a estratégia, sejam eles próprios ou terceiros, a comunicação interna garante que todos estejam andando na mesma direção.
Além disso, quando bem-feita, ela aumenta o faturamento, a produtividade e gera um ambiente de trabalho mais conectado. Se o time está engajado e entende os objetivos da organização, as metas de negócio são alcançadas com mais facilidade.
Falar a língua dos líderes, vinculando KPIs claros à comunicação interna, é o caminho para que o C-level aplique o valor dessa ferramenta como um motor real de crescimento e inovação.
Fazer essa ponte entre a satisfação no trabalho e o engajamento real é um desafio, mas essencial. Uma coisa que fica clara é que a comunicação precisa focar onde a "dor" é maior e onde o esforço fará mais diferença.
Outra discussão interessante é sobre mensuração. Estamos medindo o processo ou os resultados para o negócio? Não adianta apenas verificar se a newsletter do RH foi aberta por e-mail. Precisamos entender o impacto real da comunicação na estratégia da empresa. Aí entra o engajamento, que pode ser medido de diversas formas: produtividade, vendas, pontualidade, e, claro, a famosa "defesa espontânea da marca" pelos colaboradores.
A comunicação interna ganha valor quando fala a língua das pessoas, traduzindo as estratégias de uma forma que faz sentido para quem está na linha de frente. E esse é um papel que nós, enquanto agência, podemos desempenhar para ajudar nossos clientes e aplicar também internamente.
Essa ferramenta pode ser uma aliada essencial para o crescimento e alinhamento da equipe. Se ela entende, se conecta e se envolve com a visão do negócio, os resultados vêm naturalmente. Afinal, quando a comunicação interna está funcionando, ela é como uma cola invisível que mantém tudo unido.
Então, a lição que podemos levar é que a comunicação interna não deve ser subestimada. Ela não é apenas uma ferramenta para organizar informações, mas sim uma estratégia poderosa que impulsiona a cultura, o engajamento e os resultados.
Vamos continuar evoluindo, ajustando, e, acima de tudo, ouvindo. Porque, no final das contas, o sucesso começa de dentro para fora.
14/11/2024