SXSW 2024 - Jeff Bartlett, do Future Today Institute, enfatiza a importância de compreender as tendências e usar dados para prever o futuro

 

Fatores Influenciando o Futuro foi o assunto da segunda Masterclasse ministrada pelo Future Today Institute, que acompanhamos no SXSW. Com nosso caderno em mãos, (sim eles nos deram um caderno, praticamente um material didático) Jeff Bartlett, do Future Today Institute, iniciou a apresentação do conteúdo com alguns minutos de atraso por conta da grande fila, já que neste momento lá no Centro de Convenções, em Austin, essas quatro aulas que iríamos fazer em busca da certificação já estavam famosas e as filas dobravam corredores. 

 

Seguindo com a apresentação, o speaker trouxe o seguinte questionamento: se desde a década de 60 fala-se sobre carros voadores, por que não temos um até então? O exemplo mais concreto que nos foi dado foi do Emirados Árabes Unidos, que estão desenvolvendo atualmente um centro avançado de mobilidade área. Os Jogos Olímpicos que estão prestes a acontecer também foram citados como possível cenários desses carros voadores. Mas ainda o questionamento: eu não tenho um carro voador em casa. Será que por conta de burocracias podemos ter perdido uma tendência? 

 

Então, vamos ver o mesmo questionamento por outro ângulo: ao invés de insistir no carro voador, o ponto é encontrarmos a melhor forma de nos locomovermos do ponto A ao ponto B, com rapidez, segurança, entretidos, independente se seja voando ou não. Se não temos a reposta, mudemos a pergunta. Não será mais “Cadê meu carro voador?” e sim “Cadê o meu meio de transporte favorito?”, que seja. Resumido: lá vamos nós buscar formas de fazer a pergunta certa! 

 

Um ponto importante que o Future Today Institute trouxe é que o mercado de hoje pode não ser o mercado de amanhã. O seu negócio já mudou, de alguma forma, desde que você acordou pela manhã e parou para ler esse texto, e isso pode fazer o seu dia diferente. Voltando aos carros voadores, se eles trariam segurança para todos, o que aconteceria com o mercado de seguros de veículos que vale US$ 200 bilhões? O assunto veio à tona entre 2015 e 2017, sem chegar a um consenso e na sequência depararam-se com a COVID, algo que futurista nenhum poderia prever. Os seguros, mesmo os de veículos, seguem bem, ainda sem previsão de fim na vida das pessoas. Já os carros voadores... 

 

E toda essa elocubração foi para chegar a um determinado ponto dentro da prospecção estratégica. Sinais e tendências são o que podemos saber. Como procurar por sinais? Como você sabe que é um sinal? Como os sinais se tornam tendências? Como você os prioriza? E como aproveitar as tendências? 

 

Inicia-se com uma pesquisa, procurando fontes macro de mudança, seja em educação, em infraestrutura, economia, meio ambiente, o que se precisa é de dados para começar a análise. Precisamos de sinais. A Hyundai registra uma patente para cibersegurança veicular e análise de caminhos de ataque. Para que será que eles estão registrando essa patente? Será que o Bluetooth do carro está suscetível à ataques hackers? Se o usuário conectar um celular sem atualização infectado ao veículo, poderá atingir todo o sistema de direção. Tudo são probabilidades, baseada no dado – na criação da patente. 

 

Outro exemplo, até 2050, os EUA não terão uma população étnica ou racial majoritária. Para quem trabalha em marketing e lida diretamente com o consumidor, terá que mudar a forma como pensa sobre o mercado. Muitas vezes você busca dados oficiais governamentais para embasar, mas é uma dor de cabeça para adquirir e eles estarão desatualizados em um ano, em cinco anos. A sugestão é: quando analisar informações, procure por diferentes tipos de fonte. Prever é muito mais uma forma de arte do que uma ciência. Só é importante frisar para usar dados de fontes confiáveis. 

 

Nota do palestrante: consumidores e clientes são ruins para prever o futuro. Eles não sabem o que está acontecendo agora. Eles não podem dizer o que vai acontecer daqui um ano. Eles mal conseguem dizer o que comeram no café da manhã ontem. Se você for pesquisar consumidores e clientes, mantenha o foco e mantenha o tema sobre o hoje, sobre as experiências deles. Eles não podem especular sobre o futuro! 

 

Janaina Leme 

16/05/24 

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